Bilhete

[Algumas que alguém juntou]

Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho

Não o grites de cima dos telhados

Deixa em paz os passarinhos

Deixa em paz a mim!

Se me queres,

enfim,

Tem de ser bem devagarinho, Amada,

Que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...


Mário Quintana

quarta-feira, 3 de março de 2010

Oops!...I Did It Again...(sincericídio)


''Qual o seu maior defeito?'' Então eu respondi instantaneamente: ‘’Sou sincera. ’’ Nunca poderia imaginar que falaria isso. Nunca poderia imaginar que era errado dizer a verdade.
Será que os princípios mudaram juntamente com as concepções do que é bom e ruim?? Será que os verdadeiros valores se perderam de uma hora pra outra??Não. Não creio que tenha sido isso. O problema foi o que me ensinaram sobre o assunto. Não sabia, mas hoje entendo que existem dois tipos de sinceridade.
Quando era mais nova, ser verdadeira era um motivo pra grande orgulho. Quando preenchia aqueles questionários emo-sentimentais das revistinhas de adolescentes, não pensava duas vezes em colocar a sinceridade como minha qualidade.
Hoje, com um pouco mais de ‘’experiência’’, conheci o segundo tipo: o lado negro da verdade. Percebi que não devo optar sempre por ela. Se por algum acaso alguém me perguntar se uma roupa ‘’tá boa’’, não devo responder: ‘’Gata, tu não é magra suficientemente pra usar essa blusinha branca e essa calça apertada, porque teus pneus ficam saltando!’’ Ela não me colocaria numa categoria de Amiga Sincera, muito menos me prestaria uma homenagem por isso. Provavelmente ela me chamaria de invejosa e falsa.
Quando era mais inocente, sinceridade cabia na minha percepção de virtude, atualmente prefiro caracterizá-la como uma traidora em potencial.
E a culpa? De quem é?? Das tias do primário que me ensinaram tudo errado? Ou será que foi minha, que acabei entendendo mal? Não. A culpa é da hipocrisia da sociedade, que é muito mais antiga que meu diploma do ABC.
Fizeram-nos acreditar que sinceridade era falar a verdade e que isso era bom. Mas depois, os próprios nos mostraram que não era isso que queriam. Na realidade eles elogiam as pessoas que lhes falam o que gostam de ouvir.